PintaSom: uma viagem sonora
E se um dia acordássemos e tudo fosse novo? Diferente? Mais colorido?
Se nosso olhar “apontasse os assombros que crescem nos desvãos da brincadeira cotidiana”?
Se como arqueólogos desvendássemos em nossos sítios: seres, lugares, sons e acontecimentos?
PintaSom é um espetáculo musical performático infantil que conta, através de pílulas poéticas, a trajetória de uma personagem que sai em busca de um som perdido.
A busca se dá dentro de sua própria casa – tão conhecida, tão sua – porém desta vez iluminada pela raridade de um novo dia, que com seu frescor vai ressignificar estes espaços e transformar o seu trajeto cotidiano em uma divertida viagem.
O olhar, que está em primeira pessoa, acompanha os passos da personagem e nos convida a espiar e vivenciar esse percurso sonoro e lúdico. Cada passo, cada ambiente é uma descoberta, uma fenda no tempo-espaço, um achado visual e sonoro que sensibiliza a percepção e relação com o entorno.
Os acontecimentos se dão entre o nascer e o pôr do sol, e nesse entremeio atravessaremos a casa – da rua ao jardim, do fora ao dentro, do prólogo ao epílogo – numa grande brincadeira de reinvenção da escuta.
Descobriremos , reconheceremos e criaremos sons.
E o som perdido, qual será? Onde estará?
Silêncio, “shiiii”, a viagem vai começar, e vamos lhes mostrar como são bonitos os sons que podemos escutar.
“Então era a vez, a primeira, que caminhava em viagem à própria casa. Casa que dizia ser só ela o mundo inteiro. Me ria, no feliz de fazer uma viagem. Coisa mínima para a maioria, ir de um aqui a um ali, costurar as margens do cá as do lá. Era a raridade que raiava”.
(CARRASCOZA, João Anzanello, 2017)
Dramaturgia
“Uma casa em meio a tantas outras, quase todas iguais, não fosse por saber que ela ali vivia, aérea, com seus brinquedos, com um coração levitando sob a blusa”
(CARRASCOZA, João Anzanello, 2017)
O espetáculo se dá através de uma plataforma virtual onde pode-se ver o tabuleiro do jogo como uma planta baixa da casa.
O percurso poético-sonoro da nossa viagem atravessa não só os cômodos e espaços desta casa, mas também composições autorais especialmente criadas para estimular uma escuta criativa e atenta.
Após adentrar esta casa mágica e musical, o espectador pode escolher, como num jogo, qual caminho vai seguir, em que ordem vai atravessar cada cômodo, por onde vai deslocar suas peças e construir a trajetória da busca junto à personagem .
Em frente à porta, pés no capacho de entrada, “é um tudo novo”, é um feliz “como se a beira de um rio para nadar”.